Vamos deixar o post sobre Paris que em termos cervejeiros teve muito pouco interesse, e relatar estes 3 últimos dias em que fui à Bélgica, um dia em Bruxelas, e dois dias em Antuérpia.
Antes de mais, estava um frio de cão na Bélgica, mas frio mesmo... ao ponto de hoje ter nevado como se não houvesse amanhã e o voo se ter atrasado em função disso, basicamente, entre neve, chuva e muito frio... a vontade de sair à rua era pouca! Só de acrescentar que fui com um amigo Português que trabalha comigo em Dublin visitar um outro amigo que depois de correr meio mundo está agora a trabalhar em Antuérpia. Eramos 3 grandes amigos na Universidade que se reencontravam passados vários anos!! (O meu amigo que foi comigo de Dublin estava constipado e com febre, então passou parte desses dias a chá e chocolate quente... desgraçado
Comecemos por Bruxelas, basicamente foi chegar e almoçar, escolhemos um restaurantezinho muito simpático na zona do Groot Markt, onde uns extraordinários escargots e uns mussels divinais foram
acompanhados por uma leffe Brune (sem descrição porque todos conhecemos esta cerveja, o restaurante tinha pouca oferta).
Fomos depois dar uma volta ali pelo centro, encontrei o Bier Planet, loja extraordinária, como uma oferta maravilhosa. Havia de tudo... menos westvleteren, e esse era o santo graal que a minha demanda buscava!!! Curiosamente eles tinham westvleteren, só que não vendiam... só ofereciam uma a quem gastasse 100€ em cerveja na loja

raio de política mais estranha...
Fomos então, já meio trucidados pelo frio, a um barzinho muito simpático na Praça Central, beber qualquer coisa para aquecer, optei por uma Tongerlo Triple, uma típica tripel belga, alcoólica e frutada, bastante cítrica e lupulada, equilibrada, mas sem ser fantástica:
Fomos depois ao Bier Temple, esse marco da cultura Belga, aqui sim, depois de análise cuidada à oferta da loja, lá perguntei pelo Santo Graal e lá estavam elas

, comprei 5 (hehehe) e mais umas DeuS, uma La Trappe Bockbier, uma Barbar Winter Bok. Tinha de ter muito cuidado com o peso, e foram as minhas opções. Essencialmente adoro Bocks e dentro do mundo que havia, trouxe estas duas...
Ao final do dia lá fomos para Antuérpia, o meu amigo recebe-nos com mais umas cervejas que tinha comprado para nós (algumas para me oferecer) o pobre não sabia que Leffe e Duvel não são propriamente coisas muito exóticas, mas não se pode criticar um tipo que compra umas cervejas para os seus amigos cheio de boa vontade!
Tirei aqui uma foto com o que eu tinha comprado mais algumas das coisas que ele tinha lá por casa, e a segunda foto, o Santo Graal das cervejas, 5 anos depois, voltava a beber uma:
Esta wesvleteren 12 é sem dúvida uma cerveja especial, se é a melhor cerveja do mundo... é pá... não faço ideia... mas é sem dúvida um momento único quando se abre e saboreia uma!!!
Cor castanha escura, Rubi à contraluz, espuma cremosa de cor creme pouco estável, mas que deixa lacing pelo copo.
Aroma fumado, mistura de bagas vermelhas com maltes especiais, mas há lá fumo... não me lembrava de haver fumo... hmmm, mas há fumo sem dúvida... e bagas, frutos vermelhos... e fumo!! Bolas, mas há frutos vermelhos com fartura... bolas, vamos é lá beber isto
Prova-se a medo... é amarga... e doce... é boa, corpo brutal, e oleosa, com um mouthfeel tremendo, que coisa assombrosa! Há ali especiarias, caramelo, açucar candi, será baunilha.... é pá, há tanta coisa, e tanto sabor... que orquestra de sentidos, o meu nariz e boca pareciam baralhados, nem sabia o que fazer a seguir... Beberam-se 3 nessa noite... Sobraram duas, vou tentar envelhecer uma delas (se resistir) não será fácil!
Nessa noite ainda se bebeu uma Leffe Blue 9º que a foto relata, mas não é nada de extraordinário... também depois de uma westvleteren 12, era difícil haver competição. Essencialmente parecia alcoólica demais, sem corpo para suportar tanto álcool, pouco sabor... nada de mais.
No dia a seguir, nada demais durante o dia, bebeu-se uma Tongerlo 6 Dubbel Bruin (Não conhecia a Tongerlo, mas parecia estar em todo o lado) ao almoço, esta era uma cerveja de abadia de cor rubi, aromas tostados e caramelos, doce e equilibrada (sem foto).
Durante a tarde não houve cerveja, e à noite fomos ao Kulminator, onde se beberam umas 3 coisinhas muito boas:
1) busch Noel (Tap) - extraordinária
2) Gouden Carolus Classic - cerveja Rubi muito forte, doce, reconfortante, magnífico aspecto, pena só ter bebido uma, tem 8,5% de álcool, é indicada como data de validade sem limite, 18 ºP, cerveja extraordinária!!!
3) Uma Oude Geuze - não é o meu género de cerveja, não sou mesmo fã de cervejas de fruta... Dava para ver no entanto que é algo de muito especial dentro do género! Uma mistura de batches com 3 anos distintos (
O Kulminator é de facto um espaço muito próprio e muito especial, seja pelo facto de se poder passar lá horas a bater umas cartas, fumar uns cigarros (ainda é possível) e deliciarmos-nos com tantas maravilhas a preços inimagináveis (sim, é bastante barato)! Pela simpatia dos donos, pelo sabor dos seus queijos... enfim, é um bar parado no tempo! De paragem obrigatória para quem vai a Antuérpia!
Infelizmente chegamos já tarde e a partir da 1h da manhã não servem mais nada, comprei então uma Eku 28 (que dá o nome ao bar) para trazer para Dublin, espero poder descrevê-la em breve!
No dia seguinte, destaque para uma St. Feuillien Cuvée De Noël, que era também algo de extraordinário, com um corpo fantástico e um sabor de morrer...foi a minha despedida da Bélgica
E uma visão do aeroporto antes da partida:
Com tudo coberto de neve!!
Ainda comprei mais umas coisas no aeroporto, e isto foi o que tinha na bagagem quando cheguei a casa

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Sim, chocolates, que nem só de cerveja vivem os belgas

(já agora o copo da DeuS foi oferta da Bier Temple pelos cerca de 70€ que lá se gastaram em cerveja.